Gente que fica na memória
Nesta secção procuramos focar os nomes de naturais desta terra que, por um motivo ou outro, se evidenciaram em relação aos seus conterrâneos.
Por norma os nomes serão enquadrados nas respetivas famílias, não sendo um trabalho genealógico. Parte substancial da matéria que aqui vai ser exposta advém do livro do nosso conterrâneo Prof. M. Correia Tavares: “Carvalhais -Elementos para o estudo da freguesia” (pessoa que também iremos enquadrar na área das personalidades).
O Prof. M. Correia Tavares refere no seu livro: “Somente se procura compor quadros de família nos quais avultem, principalmente os familiares que cursaram escolas e nelas se graduaram e obtiveram diplomas. Pretende-se evidenciar da massa simples de laboriosos foreiros de ontem estes ou outros que, por estudos ou pergaminhos, trabalhos, dotes de inteligência, ou favores da fortuna se ergueram um pouco acima dos seus conterrâneos e contemporâneos”.
Muitas das pessoas que iremos referir, e no entendimento do Prof. M. Correia Tavares, faziam parte de uma burguesia ou classe média, tanto de pessoas como de famílias que aqui nasceu e cresceu em terras de senhorios foi devida e possível a três importantes fatores: o negócios (ao principio de gado), a emigração, o estudo.
Personalidades
Padre José Rodrigues de Barros
Iniciou o seu longo trajeto ao serviço da freguesia em 1966, e fê-lo até 1997 (data em que faleceu devido a doença).
A paróquia fica a dever-lhe , em grade parte, aquilo que é hoje, tendo-se pautado a sua ação fundamentalmente a três níveis:
Pastoral Social e educacional.
Na parte pastoral, foi aquele que na região melhor soube interpretar o povo e conduzi-lo na fé através da criação de diversos movimentos e atividades religiosas, das quais destacamos:
– Grupo de jovens ( era uma referência a nível da diocese)
– Escuteiros ( um dos melhores agrupamentos da região)
– Grupo Coral (continua com brilho)
– Catequese (sempre bem organizada)
– Festas religiosas com as respetivas mordomias.
A nível social:
A nível social era constantemente um interveniente, deslocando-se regularmente às residências dos paroquianos com sentido de os ouvir, ajudar a resolver problemas e dar conselhos úteis.
Foi o promotor do Centro de promoção Social e das valências que o constituem, sendo o apoio domiciliário, a Conferência S. Vicente de Paulo as mais importantes.
Foi fundador do jornal Comunidade Cristã de Carvalhais.
A nível educacional, podemos realçar a criação do posto de Telescola nº 72 e a Escola Profissional.
Registe-se ainda a grande sensibilidade, acção trabalho que teve na recuperação e construção da Igreja, capelas e na arquitectura quase de todos os projectos que hoje se sediam no Complexo Paroquial – Restaurante, Carvagricola e APAP.
Nota: Esteve ao serviço da paróquia até ao último minuto de vida, conforme sua vontade expressa está sepultado no nosso cemitério
Inspetor Hildebrando Oliveira
Família Pinho de Oliveira de Mourel
Exerceu muitos anos, como professor, em Sta. Cruz da Trapa, foi Presidente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul e Procurador à Câmara Corporativa. Foi ainda Diretor Pedagógico da Escola Profissional de Carvalhais.
Conselheiro Dr. Manuel Joaquim Correia
Família Correia das Barbas
Nasceu em 1869 e Morreu em Lisboa em 1936.
Concluiu a sua formatura em Direito, na Universidade de Coimbra em 1897.
Enquanto estudante de Direito na UC entre 1892/93 e 1896/97, foi elemento da Troupe de Guitarristas de José Cochofel (em 1893/1894) e elemento da Tuna Académica de Coimbra.
Regeu a orquestra que acompanhou a récita de despedida do seu curso, «Ipsis Verbis» (peça escrita por António da Silveira, condiscípulo e presidente da TAUC em 1896/1897), com arranjos orquestrais dos maestros Filgueiras e de Simões Barbas.
Foi Juiz do supremo Tribunal de Justiça, ajudante do Procurador Geral da República e Presidente do Supremo Tribunal Administrativo. Exerceu magistratura em Lisboa e Porto.
Nota: Segundo se pode ler no “Comércio do Porto” de 30-06-1936, Manuel Joaquim Correia teria um certo afeto com a guitarra, tendo inclusivamente participado em noites de récita em Coimbra, Braga e Viseu, onde terá sido calorosamente ovacionado.
Coronel Eng. Eurico de Oliveira Pinto
Família Pinto de Carvalhais
Estudou no Liceu de Viseu e depois na Universidade de Coimbra tirando ainda o curso da Escola do Exército. Já oficial diplomou-se em Engenharia Militar.
Devido à sua competência exerceu como engenheiro das fábricas de material de guerra de Bracarena, sendo também subdirector da de Braço de Prata. Refira-se ainda que este nosso conterrâneo teve missões de responsabilidade no estrangeiro.
Recebeu, em 1949, um prémio da Revista Militar por um artigo seu denominado “A artilharia e o projétil”.
Fez parte da comissão portuguesa junto da N.A.T.O. como conselheiro técnico. Foi também Professor na Escola do Exército.
Prof. Agostinho de Almeida Escada
Viveu na Torre de Carvalhais. Foi proprietário e Diretor dum colégio na Guarda. Colaborou com relevo em jornais e fez várias conferências. Exerceu o magistério no Liceu de Leiria.
Foi um dos mentores iniciais do Salão Paroquial.
Licínio Reto Oliveira
Foi um dos promotores do então Salão Paroquial e anos mais tarde, do edifício do Centro Social. Permanente colaborador do Sr. Padre Barros.
Fundador do Agrupamento de Escuteiros de Carvalhais (Agrupamento 605)
Pertenceu, durante muitos anos, à Direção do Centro de Promoção Social, onde trabalhou de forma empenhada e desinteressada..
Foi ume pessoa sempre bastante ativa e participativa nas atividades da freguesia.
Dr. Domingos S. Joaquim Sequeira
Família da casa de Passos.
Formado em Direito, Ouvidor de Ansemil, tendo também ocupado o cargo de Sargento-Mor no Concelho de Ferreiros. No tempo da Liga, foi Governador interino da Praça de Almeida.
Faleceu em Passos em 1727.